segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

As noites de insônia, em pleno verão que aprisiona a cidade na onda de calor, não costumam ser proveitosas. Ao contrário, geralmente estendem-se lânguidas e vagorosas sobre a cama do calor, fitando o céu sem estrelas, à espera do dia seguinte. Há certas noites, como a de hoje, por exemplo, quando me sento para escrever algo, em que tudo é silêncio. Não há vento e o bairro parece ressentir-se do calor extremo. Não há nada, nem ninguém na rua. Na área da frente, olho os mistérios do cósmo e penso no quão facilmente nos esquecemos de que nosso velho planeta não ocupa o centro dele. Como se a razão entedesse Copérnico, mas a emoção continuasse rendida ao geocentrismo de Ptolomeu. enfim, divagações solitárias madrugada adentro, frutos de uma mente que não consegue operar as inúmeras funções necessárias para que simplismente eu consiga adormecer.
Deixei as estrelas e vim para o computador, onde naveguei um pouco, atrás da inspiração para postar.
Buscando a palavra, a história, a fantasia ou a saudade que me toma a mão e me leva ao mundo das palavras.
visitei alguns poetas de que gosto, outros que conheço pouco e que ainda quero conhecer. Tenho por hábito ler 2 ou 3 poemas poe dia, acredito que com isso resgataremos a capacidade de sonhar e adivinhar novos mundos, devolvendo humanidade para todos. Na falta desta utopia, a internet é uma boa opção para quem, como eu, gosta de visitar a poesia regularmente.
Enfim, já tarde, bem tarde, acabei visitando Christina Rossetti. Para quem se interessar busque no google.
Baixei o traduto para traduzir um soneto dela. Ao soneto, então:
Aqui pensando, em tudo o que perdi,
no que teria sido e jamais será,
tua excelência vem me assegurar,
que não sou merecedora de ti.
A mágoa é minha, que teimo em cair,
que teimo em morrer, que teimo em deitar,
querendo encolher, querendo chorar
fitando a parede pra não mais fugir
e ainda assim, porque há esperança,
rasgando a noite, o amor avança
e a luta até que amanheça o dia,
quando, enfim, esgotada, entrego o poder
e assisto a meu coração florescer,
pronta a aceitar que por ti morreria.

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